QUEM SOU EU
Eu sou Claudia Gomes, nascida das terras férteis do interior paulista, última filha de quatro irmãos, criada sob o céu vasto e os ventos que sussurram histórias antigas. Desde a infância, ouvi o chamado do autoconhecimento e da espiritualidade, como um fio que me tece desde o ventre. Quando meu segundo filho nasceu, foi o yoga que me tomou pela mão e me mostrou um novo caminho, uma prática que ressoou profundamente no meu corpo e alma. Ensinei essa filosofia por mais de vinte anos, enquanto a meditação e o desenvolvimento espiritual se enraizavam em mim, cultivando a base de tudo o que sou.
Em 2009, meu caminho encontrou as águas profundas do feminino, e foi aí que me permiti mergulhar de corpo e alma. Esse universo, tão vasto quanto a própria vida, tornou-se minha paixão e meu chamado. Acolher mulheres, ouvir suas histórias e compartilhar suas jornadas tornou-se um trabalho sagrado. E nesse trabalho, o corpo foi sempre a bússola: danças circulares que espelham os ciclos da lua e da vida, a arterapia que revela os mistérios da alma, e a espiritualidade que costura tudo em um único manto.
Foi nessa jornada que o herbalismo entrou na minha vida, como uma velha amiga que sempre esteve por perto, mas que eu nunca havia notado completamente. As ervas, as plantas medicinais, e o estudo da ginecologia natural tornaram-se partes intrínsecas do meu ser. E assim, com as mãos imersas na terra, descobri o universo dos chás. A cerimônia do chá, esse ritual tão silencioso e profundo, revelou-se como uma ponte entre a meditação e a arte — duas linguagens que sempre falaram diretamente à minha alma. Em 2022, logo após meu retorno de Peru, onde vivi por alguns anos, senti o chamado para voltar à terra de uma forma ainda mais íntima.
Mudei-me para o campo, em busca de uma vida que refletisse a simplicidade essencial do ser, onde pudesse plantar meu próprio alimento, sentir a terra sob meus pés e viver em sintonia com os ciclos da natureza. Aqui, no campo, entre o vento nas árvores e a quietude das estações, encontrei o espaço onde a minha alma podia respirar. A natureza, com sua sabedoria antiga, tornou-se minha professora, e o campo, um lugar sagrado de renovação.
Foi também durante a perimenopausa que me vi atravessando um rito de passagem interior. Um processo de despertar profundo tomou conta de mim, e a artista que habitava nas profundezas de minha alma emergiu como uma semente há muito adormecida, que finalmente encontrou a luz. A arte e a escrita floresceram com uma força quase visceral, revelando quem eu realmente sou. Sim, foi um processo dolorido, como todo grande renascimento, mas foi também uma regeneração — uma clareza cristalina sobre quem eu era e sobre o que eu precisava compartilhar com o mundo.
E as histórias, que sempre ecoaram ao meu redor, tornaram-se minhas aliadas mais próximas. A Contoterapia, essa arte antiga de contar histórias, ajudou-me a atravessar minhas próprias sombras, guiando-me como estrelas num céu escuro.
Hoje, abraço uma nova fase da vida, onde a arte e a palavra costuram os retalhos do meu renascimento. E, assim como eu renasci, meu desejo mais profundo é ser uma guia para outras mulheres que também estão em busca de suas próprias transformações, ajudando-as a encontrar o caminho através da meditação, da criatividade e das histórias que precisam ser contadas. Que minha jornada inspire outras mulheres a escavar profundamente suas raízes, a redescobrir suas vozes e a caminhar com coragem para dentro de si mesmas.
Com amor e propósito, Claudia