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Ao me mudar para o campo...


Ao me mudar para o campo, fui acolhida pelos braços abertos da natureza, que me envolveram em uma dança sincronizada com os ritmos da terra. Foi uma jornada de reconexão com a essência primordial da vida, e meu jardim comestível foi o ponto de partida desse vínculo profundo.


No processo de construção do meu jardim comestível, cada passo foi um mergulho no meu próprio ser. A terra acolheu meus pés, e meu coração encontrou paz ao plantar as sementes com minhas próprias mãos. Cada planta, uma extensão do meu ser, e a mandala medicinal no centro da horta, um portal para cura e conhecimento ancestral.


Com emoção e dedicação, eu cuidei dessas pequenas vidas em crescimento. Aprendi a decifrar suas necessidades através de suas folhas, de sua linguagem não verbal. A natureza se tornou minha professora mais sábia, ensinando-me a arte da paciência, da escuta atenta e do respeito pelos ciclos da vida.


As plantas medicinais tornaram-se minhas aliadas, compartilhando comigo seus segredos de cura. Cada erva, cada flor, cada planta tem suas virtudes únicas, e eu me maravilhei ao testemunhar suas propriedades curativas e a sabedoria embutida em suas raízes.


A cada dia, cultivar meu próprio alimento se tornou um ritual sagrado, uma celebração do feminino em mim. O ato de semear e plantar não apenas me conectou com a terra, mas também com minha própria natureza feminina, com sua capacidade de nutrir e criar vida.


No jardim, eu me encontrei com as memórias dos meus antepassados, cujas mãos hábeis também acariciaram a terra. Era como se, ao cuidar da terra, estivesse honrando e perpetuando a sabedoria das gerações que vieram antes de mim. As histórias dos meus antepassados ganharam vida novamente através da terra que eu toquei.


Vivenciar os ritmos da natureza em meu corpo e em minha vida foi uma revelação. A cada estação, a cada ciclo lunar, eu me sintonizei com a dança cósmica que governa tudo ao nosso redor. Aprendi a dançar ao som da chuva, do vento e do sol, abraçando a impermanência como um presente precioso.


Essa conexão profunda com a terra e a natureza transformou minha alma em um canto de gratidão. Sou grata pelo alimento que cresce sob meus cuidados, pelas lições que aprendo a cada dia e pela beleza e magia que encontro em cada broto que desponta.


Que essas palavras possam ecoar como um convite para que você também se reconecte com a natureza, honrando a sabedoria dos que vieram antes de nós e celebrando a dádiva de cultivar o seu próprio alimento. Que possamos todos dançar em harmonia com os ritmos da terra, nutrindo não apenas nossos corpos, mas também nossas almas. E que, juntos, possamos ser guardiões amorosos desta teia sagrada da vida que nos sustenta e nos ensina a cada respiração.




Com carinho e gratidão,


Cláudia Gomes


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